A RESPOSTA: OPERAÇÃO - ESCOLIOSE

Eu já deveria ter escrito isto há mais tempo, mas acho que estava a calcular as palavras certas a usar (e como as deveria usar).
Fui à consulta da fisiatra (revoltada pelo facto de poder vir a usar colete) no dia 1 de abril. Lá, fiz um novo Raio-X e aguardei (talvez não muito pacientemente) pela resposta.
Estava muito ansiosa: eu não queria, de todo, ser operada, mas, por outro lado, também não queria sacrificar-me a usar o colete durante alguns anos para depois ter que fazer a cirurgia na mesma.
O meu nome soou finalmente nas colunas, era a minha vez, era a altura de saber o que me esperava.
Quando entrei no consultório, a médica ainda estava a fazer as medições dos graus das curvaturas no meu Raio-X, acho que foram os minutos mais longos da minha vida (aqueles angustiantes minutos de espera). Acho que aquele foi o momento em que eu mais me senti a favor do colete, desejei tanto que fosse essa a palavra a sair da boca dela quando acabasse as medições (mas não foi).
A minha cabeça implorava "colete", mas os meus olhos, ao verem aquele Raio-X, previam uma palavra mais agressiva, a temida "cirurgia".
Finalmente ela tinha pousado o transferidor, o lápis e a régua. Tentei decifrar a resposta na expressão da cara dela, mas, não consegui, ela mostrava-se igual ao que eu tinha visto dela até ali.
Primeiro, ela tentou desviar o assunto, fazer apenas conversa, pediu-me para me despir para ver as costas, mandou-me fazer uma série de movimentos (aos quais eu já tinha sido habituada pelos outros médicos)...
Finalmente ela mandou-me vestir, sentou-se, e começou a falar sobre o que realmente me interessava. A boca dela esboçou "este caso não é para mim, é um caso cirúrgico". Apesar de já esperar vir a ser esta a conclusão da médica, fiquei muito assustada, comecei inevitavelmente a chorar junto com os meus pais.
A médica tentou esboçar os melhores sorrisos que conseguiu, mas ela própria se mostrava triste por não poder resolver o meu problema.

Depois passei o resto do dia a pensar em como eu ia sofrer com a operação e como ela podia mudar a minha vida (para pior).

No dia seguinte fui a uma consulta de um ortopedista (o dr. Nelson Carvalho) que me disse que o meu caso era "claramente cirúrgico".

Ele disse que devo fazer a cirurgia o quanto antes, pois ainda tenho algumas vértebras que podem ser "aproveitadas": quanto mais atrasar a cirurgia, maior será a mobilidade perdida com ela.
Para mim, esse dia já não foi um choque, eu já sabia o que ele ia dizer, apenas foi acrescentada mais informação à já sabida resposta.
Deixo-vos com o meu Raio-X.



Durante estes quase 6 meses de espera, como seria de esperar, as minhas curvaturas aumentaram (bastante).Enquanto que a de cima (e mais preocupante) tinha 53º, agora tem 59º, e a de baixo, que tinha 37º, passa agora a ter 46º.Nesta minha ida à capital, também descobri que afinal eu não tenho uma curva em S (ou seja, eu não tenho duas curvas porque uma está a compensar a outra), mas sim duas curvas em C (o que quer dizer que tenho duas curvas que estão a aumentar independentemente uma da outra).


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